E não há nada pior do que eu tenho sentido. Não há nada pior do que esse vazio inexplicável em meu peito — em minha alma. É uma sensação desagradável. Um nó na garganta que não se desfaz. Uma necessidade de algo ou de alguém. E para completar uma vontade louca de chorar.
        Eu me pergunto: o que me falta? E a resposta eu não sei, só sei que me falta algo. Não consigo pensar no meu futuro sem me assustar, não consigo olhar para o passado sem sentir saudades e não consigo ver o presente e não sentir pena de mim mesma. Sem razão alguma.
        De algum modo aqui dentro, sinto que estou deixando minha vida passar sem ao menos fazer dela algo memorável. Leio romances e sonho com príncipes que não existem. Olho ao redor e a realidade é dura e fria: eu sou solitária e triste. E quando digo que sou — ao invés de estou — é porque não é um estado, já que, não importa com quem esteja, a sensação de vazio é inalterável. E eu sei, é patético!
       Gostaria de me entender mais. Por que eu só encontro beleza nas coisas tristes? Só me identifico com elas? Talvez seja porque eu tenha uma alma triste. Uma alma que gosta de sofrer por ser tão sensível e tentar carregar todas as dores do mundo — ou pelo menos, grande parte dela.
       Penso em meus sonhos, nas coisas que quero para mim. Mas com quem as compartilharei? As pessoas me parecem tão falsas e vazias de sentimento. As que eu amo tem me decepcionado e as demais eu tenho medo de me aproximar, de acabar amando e me decepcionando. Então que sentido tem tudo isso? Quando eu descobrir, acho que escreverei sobre isso.

Não é de minha autoria... Um amigo meu fez e me mandou e me deu total  liberdade pra postar esse poema aqui no blog...
Carlos seu chato, eu tomei liberdade de batizar o teu poema... Ele agora se chama "Pati" que é uma palavra do latim que significa "Sofrer" e dela deriva a palavra "Paixão"... Eu sei que tu vais gostar, porque tu gostas de latim. 
Então vamos ao poema:

Os corações são de vidro. Frágeis. Quando os entregamos a alguém, muitas vezes os quebram. Podemos recolher os caquinhos, mas pequenos fragmentos de nossos corações sempre ficarão com quem os deixou se partir. Por isso, de alguma forma, sempre amaremos quem partiu nosso coração.

É engraçado reparar no quanto somos tolos quando amamos. Amar é tão triste, doloroso, difícil. Por que quando finalmente encontramos alguém especial logo ficamos sabendo que ele nunca será nosso? Talvez seja essa a beleza do amor... Ela está na dor de não poder-se ter quem se ama.
Acredito que o amor é um jogo de loteria, tu passas a vida inteira jogando e quando finalmente ganha, perdes o bilhete!

Sabe o que é sentir saudade do que nunca aconteceu? Sentir falta de um carinho que nunca foi demonstrado, de palavras que nunca foram ditas? Sentir saudades de alguém que nunca conheceu?  Algumas vezes, eu sinto falta de coisas que nunca tive. Saudade de ser livre, como nunca fui.
Ultimamente eu tenho sentido falta de amigos que não tive, de festas as quais não fui, do tempo que eu perdi… Essa minha saudade talvez possa estar ligada a outro sentimento: o arrependimento. Arrependo-me de não ter feito diversas coisas.
Uma sábia mulher uma vez me disse “é melhor se arrepender do feito, do que do não-feito”. Na época eu não pensei que ela tivesse razão, entretanto o que eu vivo hoje é uma prova concreta disso. Outro motivo para arrependimento: não ter ouvido a mulher.
Penso que todos têm isso. Essa nostalgia e esse arrependimento que invade do nada e que toma conta das pessoas. Quando esses sentimentos vêm, trazem consigo uma melancolia, mas é normal. Faz parte da vida, imaginar algo que poderia ter sido realidade, mas não foi, porém deixa a todos saudosos.
A única solução para isso é finalmente levar fé nas palavras da sábia senhora e mergulhar de cabeça em todas as oportunidades que surgirem. Evitar arrependimentos por coisas que nunca chegaram a ocorrer. Chega de ficar pensando no “talvez”. Está na hora de viver!

E esse é o meu coração vazio... Sim! Esse mesmo! Esse que você está vendo dentro de meus olhos tristonhos, esse que parece tão pequeno, mas que tem espaço de sobra dentro dele. É esse coração que não abriga nenhum sentimento e por isso é tão sombrio e frio...
   Se pudesse, o arrancaria de meu peito, pois é melhor nem ter coração do que ter um vazio que pesa mais do que se estivesse cheio. É por culpa desse meu tonto coração que essas lágrimas que teimam em cair estão rolando em minha face.
   Ele já abrigou tantos sentimentos bons, já foi cheio de sonhos, mas agora todas essas emoções esvaíram-se. Às vezes, ele aperta tanto que a dor é insuportável. Eu busco encontrar algo que dê outra alegria a esse meu coração, mas nada é compatível, todas as emoções são rejeitadas. Mas ele não quer ficar vazio!
   É como se meu coração fosse como um copo furado, por mais que eu o encha de água, ele nunca vai ficar cheio, e eu não sei como tapar o buraco do meu coração, como consertá-lo para que ele possa ser vivaz outra vez. 
   E sem saber fico vendo meu pobre e ferido coração definhando pouco a pouco, se perdendo dentro de mim e me perdendo também.
Alguém salve meu coração!